"Itaparica, de todas as ilhas, a mais rica: tem cajueiros, tem palmeiras, tem coqueiros e pitangueiras. Tudo ali são flores, tudo ali são amores..." (Prof. Henrique José de Souza).
Neste post vou trazer um resumo das quatro vezes que estivemos na Ilha de Itaparica, nos anos 2017, 2018, 2019 e 2020. As fotos são dessas viagens e não estão em ordem cronológica.
Quando estivemos em Itaparica no início deste ano de 2020, ainda não havia acontecido a pandemia de covid-19, então pode ser que alguns dos estabelecimentos mostrados nas fotos não estejam mais em funcionamento, ou mesmo algumas regras de visitação tenham sido alteradas.
Espero que gostem.
Para nós, membros da sociedade Brasileira de Eubiose, a Ilha de Itaparica é um destino obrigatório.
Foi ali que os Fundadores desta Sociedade se encontraram, ainda adolescentes, no inverno de 1899. Na verdade, a História deste encontro remonta à Salvador, mas explicarei essa parte um pouco melhor no post sobre Salvador. Resumidamente: eles se encontraram por obra do Destino (por assim dizer) e de lá foram a Itaparica, onde a família do Professor Henrique possuía uma fazenda.
Nesta Ilha ocorreu a União Mística, que é uma espécie de Casamento com "C" maiúsculo porque diferente do casamento comum, que dura até o divórcio ou "até que a morte os separe", a União Mística é um enlace definitivo, unindo para todo o sempre as duas pessoas que a realizarem.
Itaparica foi palco desta União Transcendental em finais de junho de 1899, sendo protagonistas dois adolescentes: Henrique e Helena, na ocasião com 16 anos.
Segundo os relatos do Professor Henrique, ao chegarem na fazenda de sua família, um presépio construído com madeira de pitangueira estava preparado nas areias da praia onde desembarcaram, dando boas vindas ao Casal.
Como eu disse, não foi um Encontro ao acaso, mas algo que realmente deveria acontecer, mobilizando um enorme contingente de Adeptos, isso quer dizer, seres humanos que seriam facilmente considerados "santos" dado seu elevado grau de intelectualidade, capacidade de realização e senso humanitário. Esses Adeptos coordenados por Adeptos ainda mais evoluídos organizaram uma expedição que saiu da Índia, passando por Portugal e chegando a Salvador, para que Henrique e Helena se encontrassem.
A origem destes Adeptos são os chamados Mundos Interiores, onde reside uma grande humanidade formada pelos maiores expoentes da humanidade de todos os tempos. Desde os mais conhecidos, como Jesus Cristo ou Isaac Newton, indo até pessoas que nunca se tornaram conhecidas, mas em sua vida cotidiana alcançaram um elevado senso humanitário e equivalente elevado intelecto. A maioria dessas pessoas não podem voltar à superfície da Terra pois respiram uma atmosfera diferente da nossa onde vivem e por isso poderiam sufocar se tentassem voltar aqui.
Porém, a alguns destes cidadãos é possível transitar entre os dois mundos, por um período de tempo relativamente curto e um enorme contingente destes foi mobilizado para que a jovem Helena e o jovem Henrique tivessem a oportunidade de estarem próximos.
Veja bem: o objetivo era fazer com que Henrique e Helena tomassem conhecimento da existência um do outro. A partir daí, caberia aos dois se unirem ou não.
Essa idéia será central para compreender a Ilha de Itaparica e conseguir extrair dela as suas melhores vibrações.
"Deixa acontecer naturalmente, eu não quero ver você chorar. Deixa que o amor encontre a gente, nosso caso vai eternizar..." (Grupo Revelação)
Curiosamente na música popular brasileira são abundantes as menções direta e indireta à União dos Gêmeos Espirituais (Henrique e Helena) na Ilha de Itaparica em 1899...
Não trouxe essa citação ao acaso.
Para compreender corretamente Itaparica é preciso deixar de lado as vaidades e conquistas. Itaparica não é um ponto de chegada, que irá premiar os vitoriosos e vencedores. Nada disso.
Para compreender Itaparica é preciso se deixar levar, como os Gêmeos Espirituais o fizeram em 1899 e nesse sentido, mesmo as músicas mais bobinhas podem revelar profundas lições de História da Mônada Humana. É preciso ter tempo, para deixar o tempo passar. É preciso estar aberto a passar dias e noites em meio a uma civilização bastante simples, formada por pessoas igualmente simples e sem perspectiva remota de ascenderem ao Adeptado.
Para entender Itaparica é preciso enxergar além do que os olhos veêm.
Por isso um pouco de cerveja (para quem bebe), uma música popular como um pagode ou qualquer outra que se tenha predileção e um dia na praia sentindo o vento, vendo as pessoas caminhando, as crianças brincando e todos celebrando a vida, sendo banhado pelo oceano, donde toda vida na Terra surgiu pode se mostrar muito mais favorável a compreender os Mundos Interiores do que tentar encontrar racionalmente uma ligação entre a Face da Terra e os Mundos Interiores.
Se a gente pensar bem, a União Mística dos Gêmeos Espirituais foi fonte de vida e nascimento de uma nova onda de progresso da Mônada no Ocidente. E as pessoas na praia, cada qual ao seu jeito, estão celebrando a vida, justamente no local donde toda vida surgiu. Esse é o esquema intelectual a partir do qual uma pessoa versada em História do Progresso da Mônada conseguirá racionalmente conectar-se aos Grandes Adeptos que vivem nos Mundos Interiores bem debaixo da Ilha de Itaparica.
Bom, vamos falar agora sobre a Ilha.
Vamos dar uma volta virtual através de fotografias, visitando diferentes locais da Ilha.
Antes de prosseguirmos, lembre-se: Para entender Itaparica, você precisa abrir mão da racionalidade boba que a gente é forçado a viver. Aqui é onde a Intuição reina absoluta, muitos níveis acima da razão.
Intuição é se deixar levar, deixar o acaso acontecer, se deixar encontrar e ir para onde se tem a forte intuição, ou forte curiosidade de que pode ser bacana conhecer. Bora!!
Lembre-se: se você está em Salvador, está bem perto de Itaparica. Se está em Itaparica, está bem perto de Salvador.
Existem pousadas em Itaparica assim como opções de aluguel de casas e apartamentos, mas a qualidade dos alimentos vendidos nos supermercados não é das melhores e à exceção de algumas hospedagens um pouco afastadas de Mar Grande. No entorno do atracadouro do catamarã as pousadas são extremamente simples e até precárias, em muitos casos. Há muitas moscas nos bufês de café da manhã e a água desta parte da ilha é salobra, logo, pode não ser tão interessante se hospedar em Itaparica, mas sim em Salvador, onde a rede hoteleira atende a padrões internacionais e oferece opções desde hostel até resort luxo.
São coisas para se pensar e pesquisar antes de viajar: se valerá a pena ficar hospedado em Itaparica, ou em Salvador e fazer a travessia nos dias que desejar ir à Ilha.
Para chegar em Itaparica existem cinco possibilidades até o momento.
Pode ir por estrada, mas saindo de Salvador será um trajeto de aproximadamente 3 horas.
Pode ir por avião, mas para isso precisará fretar um taxi aéreo porque a pista de pouso somente comporta pequenas aeronaves particulares.
Pode ir através de ferry boat, que comporta automóveis e passageiros (1 hora de travessia marítima).
Pode ir através do catamarã que atraca em frente ao Mercado Modelo (40 minutos de travessia marítima).
Pode ir através de lanchas e barcos particulares, que normalmente atracam em Itaparica, ao invés de Vera Cruz, como o catamarã ou o ferry boat.
Acesso ao ferry boat - comporta tanto automóveis quanto passageiros. Muita gente mantém o carro ligado para ter ar condicionado durante todo o trajeto, que dura cerca de 1 hora.
De todas as ilhas, a mais rica... A Ilha de Itaparica possui dois municípios: Vera Cruz e Itaparica. Em Vera Cruz está localizado o Templo da Sociedade Brasileira de Eubiose, assim como os atracadouros para o ferry boat e o catamarã, que atracam em regiões diferentes da Ilha, mas ambas em Vera Cruz.
O ferry boat atraca no terminal chamado São Joaquim, onde existe a rodoviária de Itaparica e acesso facilitado a uma estrada que liga a Ilha ao continente, na direção sul. O catamarã atraca em Mar Grande, principal praia de Vera Cruz, onde há uma rodoviária menor, onde há acesso a localidades na ilha por kombi, moto ou "carro pequeno", quer dizer, motoristas que oferecem uma espécie de táxi lotação informal.
Terminal marítimo de Vera Cruz, onde atraca o catamarã.
Rodoviária de Vera Cruz, com transporte para todas as localidades dentro da Ilha.
A prefeitura de Vera Cruz está investindo bastante na revitalização da área urbana da cidade e isso inclui a orla principal. Estivemos lá pela última vez em fevereiro de 2020 e estava muito bonito.
Infelizmente não é um lugar completamente seguro e é preciso tomar cuidado com pequenos assaltos.
Terminal Marítimo de São Joaquim, onde atraca o ferry boat.
Rodoviária de São Joaquim (Vera Cruz), onde atraca o ferry boat e onde partem e chegam os ônibus intermunicipais. Os horários de muitas linhas são previstos para coincidir com os horários do ferry boat.
Isso quer dizer, também, que para chegar ao Templo é preciso subir uma ladeira extremamente íngreme e esburacada, sendo o trajeto melhor realizado de carro ou moto. Ainda assim há quem prefira subir a pé, mas não tem sido mais a nossa escolha.
Algumas pessoas já foram assaltadas no entorno do Templo, então todo cuidado é pouco.
"Glória a todos aqueles Peregrinos da Vida que vindos de além-mar acompanhando os Gêmeos Espirituais no seu Trabalho Cíclico de Redenção Humana firmaram em terras brasileiras a Vontade do Eterno! Salve Itaparica, São Lourenço, Roncador!"
"Praça Catharina Paraguassu, princesa Tupinambá itaparicana casou-se com o nobre português Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru e, assim teve início a formação da raça brasileira." (Professor Henrique José de Souza)
Seguindo a pé pela orla ou de carro saindo de Mar Grande chegaremos a praias maravilhosas, de água morna durante o verão e com pouquíssimo movimento de banhistas.
Após cerca de 30 minutos chegamos a esta região, próxima ao Condomínio Nossa Senhora da Penha, chamada Barra do Gil (ou Ilhota).
A fazenda da família do Professor Henrique era localizada desde a praia da Penha até a Barra do Gil, isso quer dizer que caminhar por esta região é caminhar pelos mesmos caminhos dos Gêmeos Espirituais. É uma coisa mágica....
Na Penha existe a capela "Nossa Senhora da Penha", cujos dados de construção são desconhecidos. Era praxe no passado construir uma pequena capela ao lado da casa do grande fazendeiro, mas não sabemos se esta capelinha data desta época. O fato é que esta construção destoa totalmente da paisagem local. Parece algo muito antigo...
Segundo um grande amigo arquiteto é incomum capelas apresentarem uma rosácea com estrela de cinco pontas. Mistérios... a parte que eu acho mais interessante é que se nesta região houve a União Mística dos Gêmeos Espirituais, nada mais lógico do que ter uma Igrejinha para abençoar a sua União. Soa bastante lógico. Será que por isso ela foi erguida, talvez anos ou até séculos antes da chegada do ilustre casal?
Não há como saber.
Ao lado da igrejinha existe um velho casarão e um suntuoso jardim com coqueiros. Mistérios, mostérios, mosteiros... Coisas pra pensar.
A praia da Penha é formidável. No verão a água fica morna, mais quente que a do chuveiro de muitas casas. O mari é muito calmo devido ao recife que existe nessa região e como é um condomínio fechado, quase não há banhistas ou trânsito de pessoas pela areia.
Contudo, existe um bar-restaurante e é possível parar na praia mesmo acessando o local de carro.
Essa praia está dentro de um condomínio fechado, onde há diversas casas de veraneio. Não há moradores na Penha e durante a semana o movimento de pessoas é quase restrito apenas aos funcionários do condomínio e das mansões.
Opções de aluguel de mansão na praia da Penha. Algumas estão no AirBnb.
Da última vez que fomos, alugamos um apartamento pelo AirBnb e um carro pela Localiza, porque fomos de Salvador até Aracaju de carro (longa história).
O valor do aluguel é parecido com o de um hotel simples, o apartamento era muito simples, o colchão não era muito bom, mas a pior parte era limpar e cozinhar. Estávamos de férias e como a gente cozinha todos os dias em casa, não acho nem um pouco relaxante ficar cozinhando numa cozinha precária, com ingredientes nem tão bons quanto estamos acostumados e organizando o apartamento.
Foi difícil fazer essa moqueca. não pela receita, mas pela precariedade da cozinha do apartamento que alugamos. Mas como o nosso filho era muito pequeno, não podíamos sair debaixo do sol de meio dia para almoçar, até porque as opções de alimentação em Itaparica são ruins se comparadas ao que existe em Salvador. Há muitas moscas e a impressão de que muitas normas de higiene estão sendo ignoradas, apesar de termos jantado em algumas boas exceções...
Este é o restaurante da Pousada Casa do Vizinho, comandada pelo Luis, um francês que vive há mais de 20 anos no Brasil. A sua Pousada é formidável e tem um preço muito competitivo. O Luis nos disse que iria vender a pousada e se mudar para Imbassaí, mas mesmo assim vou deixar o link desta pousada, pois não sei como ficou após a pandemia. Hiper recomendada.
Reservas pelo Booking >> https://www.booking.com/hotel/br/a-casa-do-vizinho.pt-br.html
Review pelo Tripadvisor (considerada a melhor pousada de Itaparica) >> https://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g2572388-d6619349-Reviews-A_Casa_do_Vizinho-Vera_Cruz_Ilha_de_Itaparica_State_of_Bahia.html
São apenas 4 quartos na pousada, que funcionam como pequenos chalés de quarto e banheiro com ar condicionado e tv a cabo dentro do quarto; e rede e mesa com cadeira na varandinha do chalé. O café da manhã é individual por quarto. Você se acomoda no restaurante pela manhã e o Luis traz o café da manha. Até hoje lembro do gosto dessa geléia. E passei a comer ciabatta de fermentação natural depois disso também. Formidável!!
O Luis é francês e abre o restaurante à noite com pratos consagrados da cozinha internacional.
Antes dos pratos é servida uma deliciosa mini ciabata com manteiga.
O meu favorito: steak au poivre. O bife deve ter umas 250 gramas de carne mesmo depois de selado... e o acompanhamento é batata assada. Clássico super bem feito!
A parmegiana de carne devia ter o mesmo tanto de carne e estava formidável.
Sobremesas: crepe Suzette e brownie.
Sim, é possível vir a Itaparica, fazer os Rituais, passar o dia em praias paraisíacas e ainda de quebra jantar num restaurante internacional.
Agora vamos para o outro lado da Ilha, no município de Itaparica, que também está passando por profunda revitalização e está ficando lindo.
Entre os prédios que estão sendo revitalizados estão a Igreja de São Lourenço e o Forte de São Lourenço. Nomes interessantes...
Na cidade de Itaparica existe uma Chocolateria Artesanal, cujo cacau é plantado no quintal da Chocolateria. Ela também funciona como pousada.
Alguns metros adiante fica uma fonte de água mineral que possui propriedades medicinais formidáveis. Esta fonte está interditada no momento para reforma dos bebedouros e da fonte. Ainda assim é possível pegar água da fonte.
Ao lado da fonte existe um amplo prédio de apartamentos de alto padrão, também de veranistas e em frente há um cais para as lanchas privadas destas pessoas. Para quem desejar se hospedar num apartamento de nível mais alto, vale a pena sondar a respeito.
Neste cais existem dois ou três bistrôs muito interessantes, que oferecem pratos de culinária internacional muito bem feitos. O preço é compatível com o das capitais, mas a ambiência é outra!
Almoçar ou jantar vendo a marina de Itaparica traz uma paz e tranquilidade difíceis de descrever.
Se eu fosse descrever Itaparica em uma palavra seria: tranquilidade.
Não sei por que dá uma vontade de pegar um barquinho e sair navegando por aí.... coisas de Itaparica.
